quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Expectativas Extraordinárias

Crias expectativas é definitivamente o pior que uma pessoa quer fazer.

Isto em dois sentidos.

Há o primeiro. Criar expectativas em relação a algo ou alguém, o que é errado, obviamente por probabilidades de as coisas não correrem como gostaríamos. Isto pois não podemos controlar todos os diversos factores exteriores os quais estão fora do nosso alcance e conhecimento.

Depois existe o criar expectativas em relação a nós próprios. Se me perguntarem, considero que fazer alguma coisa extraordinariamente bem, é o maior erro que alguém pode cometer. A partir do momento em que temos sucesso em algo, vai ser esperado que o quer que façamos após tal, seja igualmente bom ou melhor ainda. Logo, qualquer coisa apenas boa, ou razoável, será uma desilusão, muito possivelmente condenada. Se antes apenas tivéssemos sido bons ou razoáveis, o bom ou muito bom, respectivamente, seria aplaudido. Mas após o extraordinário, seria sempre menos bom do que o quer que tenhamos feito previamente.

Voto então numa imprevisibilidade. Intermitentemente fazer algo bom, razoável, extraordinário, mau, etc and all. Mas nunca, nunca, começar por apresentar o extraordinário. E ter muito cuidado em apenas o ser em algo que posteriormente o possa repetir. E ir baixando as expectativas, de tempos a tempos.

Se é difícil perdoar alguém por ser extraordinário, é impossível perdoar alguém que o é e depois não consegue cumprir as expectativas que lhe são aplicadas por o ter sido

1 comentário:

Filipe disse...

Sim, porque mais do que as coisas não correrem como gostaríamos (que á partida já é um sentimento egoísta mas lógico até certo ponto) é sobretudo injusto para esse algo ou alguém. As coisas são como são e a expectativa faz nos entrar num campo perigoso. O simples facto de termos livre arbítrio de interacção e observação desse algo ou alguém já representaria um grande privilégio na minha opinião, a expectativa seria um sentimento descabido…É difícil lidarmos com o egocentrismo, que me parece ser uma característica crónica no ser humano, e acho que é dai que nasce a expectativa. A expectativa implica um julgamento que me parece errado. Para sermos o melhor de nós (seja o que for que isso significa) é preciso Viver o presente e para isso é necessário confiar mais na intuição, pois essa torna nos mais puros. Não acho que devemos estar preocupados com a qualidade do que nós ou os outros apresentam porque somos todos diferentes, únicos e genuínos se bem que tenhamos muitas vezes medo ou dificuldades em libertar ou encontrar esse nosso “eu” e por isso é as vezes também mais difícil de vermos esse “ele/a” nos outros. Não me parece que possamos dizer que uma árvore ou flor seja menos perfeita que outras. Qualquer planta ou flor é perfeita porque é “natureza”. Para aplicarmos essa ideia ao ser humano, acho que a intuição é a chave e a expectativa deve ser, como disseste, diluída aos poucos (já que me parece impossível, ou quase, de eliminar) e para isso devemos despreocupar-nos dos padrões que delimitam demasiado a nossa forma de agir de pensar e de ver o que é certo/bom ou errado/mau.
Apenas uma opinião, vale o que vale…
Vim parar aqui porque andei aborrecido a navegar na internet, e este post deixou me a pensar por isso apeteceu me escrever isto e acho que é bom partilhar ideias… Boa tarde Sara!